Tradução de Marcadores Discursivos portugueses para alemão: ‘na verdade’, o que se ganha e o que se perde?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21747/21833958/red8a1

Palavras-chave:

Marcadores discursivos, Tradução, Na verdade, Corpus Europarl

Resumo

Ao assegurarem o estabelecimento de relações de coerência dentro do texto, os marcadores discursivos tornam-se itens importantes no processo tradutivo. Os problemas colocados pela sua tradução têm começado a suscitar alguma atenção e este artigo pretende contribuir para essa área de investigação, ao analisar as traduções do marcador discursivo ‘na verdade’ para a língua alemã. Recorrendo a exemplos de português europeu, a pesquisa revela que o marcador pode ativar os valores de confirmação, reformulação e contraste, em português. A análise contrastiva, efetuada no corpus Europarl, revela que o valor maioritariamente presente neste corpus é o de confirmação e que os tradutores optaram por um leque muito alargado de equivalentes. Embora o marcador eigentlich, que surge de forma residual no corpus, pudesse ser o equivalente mais adequado, o item tatsächlich parece ser a escolha preferencial dos profissionais, o que levanta questões pertinentes no âmbito da Tradução.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografias Autor

Conceiçao Carapinha, Universidade de Coimbra

Professora Auxiliar da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (Portugal).

Cornelia Elisabeth Plag, Universidade de Coimbra

Professora Auxiliar da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (Portugal).

Referências

Aijmer, K. (2008). Translating discourse particles: a case of complex translation. In G. Anderman e M. Rogers (Eds.), Incorporating corpora: The Linguist and the Translator. Clevedon/Tonawanda/Ontario: Multilingual Matters.

Aijmer, K., Foolen, A., & Simon-Vandenbergen, A.-M. (2006). Pragmatic markers in translation: A methodological proposal. In K. Fischer (Ed.), Approaches to discourse particles. Amsterdam: Elsevier, pp. 101-114.

Altmann, H. (1976). Die Gradpartikeln im Deutschen: Untersuchungen zu ihrer Syntax, Semantik und Pragmatik. Tübingen: Niemeyer (Linguistische Arbeiten. 33).

Ament, J. & Barón J. (2018). The acquisition of discourse markers in the English-medium instruc-tion context. In C. Pérez Vidal, S. López-Serrano, J. Ament & D. J. Thomas-Wilhelm (Eds.), Learning context effects: Study abroad, formal instruction and international immersion classrooms. Berlin: Lan-guage Science Press, pp. 43-74.

Bazzanella, C. & Morra, L. (2000). Discourse markers and the indeterminacy of translation. In: I. Korzen and C. Marello (Eds.), Argomenti per una linguistica della traduzione, On Linguistic Aspects of Translation, Notes pour une linguistique de la traduction. Alessandria: Edizioni dell’Orso, pp. 149-157.

Bazzanella, C. et alii (2007). Italian «allora», French «alors»: functions, convergences, and divergences. Catalan Journal of Linguistics, 6, pp. 9-30.

Buysse, L., (2017). English so and Dutch dus in a Parallel Corpus: An Investigation into Their Mutual Translatability. In: K. Aijmer & D. Lewis (Eds.), Contrastive Analysis of Discourse-pragmatic Aspects of Linguistic Genres. Cham: Springer, pp. 33-61.

Bybee, J. (2010). Language, usage and cognition. Cambridge: Cambridge University Press.

Chaume, F. (2004). Discourse Markers in Audiovisual Translating. Meta: journal des traducteurs / Meta: Translators’ Journal, vol. 49, n° 4, pp. 843-855.

Degand, L. (2009). On describing polysemous discourse markers: What does translation add to the picture? In S. Slembrouck, M. Taverniers, & M. Van Herreweghe (Eds.), From will to well. Studies in linguistics offered to Anne-Marie Simon-Vandenbergen. Gent: Academia Press, pp. 173-183.

Fleischman, Suzanne and Yaguello, Marina (2004). Discourse markers across languages? Evidence from English and French. In: C. L. Moder and A. Martinovic-Zic (Eds.), Discourse Across Languages and Cultures. Amsterdam: John Benjamins, pp. 129-147.

Furkó, P. (2014). Perspectives on the Translation of Discourse Markers. A case study of the transla-tion of reformulation markers from English into Hungarian. Acta Universitatis Sapienti Philologica, 6(2), pp. 181-196.

Hansen, M.-B. M. (1998). The Functions of Discourse Particles. A Study with Special Reference to Spoken French. Amsterdam: John Benjamins.

Hauge, K. R. (2014). Found in translation - discourse markers out of the blue. In: S. O. Ebeling, A. Gr0nn, K. R. Hauge & D. Santos (Eds.), Corpus-based Studies in Contrastive Linguistics. Oslo Studies in Language 6(1), pp. 43-52.

Hervey, S., Loughridge, M. & Higgins, I. (2006). Thinking German Translation. New York: Routledge.

Koehn, P. (2005). Europarl: A parallel corpus for statistical machine translation. Proceedings of the Tenth Machine Translation Summit, September 13-15. Phuket, Thailand, pp. 79-85.

Lewis D. M. (2006). Discourse Markers in English: A Discourse-Pragmatic View. In: K. Fischer (Ed.), Approaches to Discourse Particles. Amsterdam: Elsevier, pp. 45-63.

Lopes, A. C. M. (2016). Discourse Markers. In: W. Leo Wetzels, João Costa, and Sergio Menuzzi (Eds.), The Handbook of Portuguese Linguistics. Oxford: Wiley Blackwell, pp. 441-456.

Marques, M. A. (2011). Argumentação e(m) discursos. In: Isabel O. Duarte e Olívia Figueiredo (Orgs.), Português, língua e ensino. Porto: Universidade do Porto Editorial, pp. 267-310.

Mateus, M. Helena M. et alii (2003). Gramática da Língua Portuguesa. Lisboa: Editorial Caminho.

Morais, M. Felicidade (2006). Marcadores da estruturação textual. Elementos para a descrição do papel dos Marcadores Discursivos no processamento cognitivo do texto. (Tese de Doutoramento), Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro: Centro de Estudos em Letras.

Nederstigt, U. (2003). Auch and noch in Child and Adult German. Berlin: De Gruyter Mouton.

Noel, D. (2003). Translations as evidence for semantics: an illustration. Linguistics 41, 4, pp. 757785.

Plag C., Loureiro, A. P. Carapinha C. (2017). Traduções alemãs do marcador aliás - uma análise do corpus Europarl. In: A. P. Loureiro, C. Carapinha, e C. Plag, (Coords.), (2017). Marcadores discursivos e(m) Tradução. Coimbra: Imprensa da Universidade, pp. 105-133.

Plag C., Loureiro, A. P. Carapinha C. (2019). Afinal, como se traduz afinal? Usos e traduções do marcador em contexto de debate parlamentar. In: O. Loureda, M. Rudka & G. Parodi (Eds.), Marcadores del discurso y lingüística con-trastiva en las lenguas románicas. Madrid: Iberoamericana/Vervuert, pp. 181-198.

Peres, J. A. (1997). Sobre conexões proposicionais em português. In: Ana M. Brito et al. (Orgs.), Sentido que a vida faz: Estudos para Óscar Lopes. Porto: Campo das Letras, pp. 775-787.

Ramón, N. (2015). The English Discourse Particle ‘oh’ in Spanish Translations: Evidence from a Parallel Corpus. Procedia - Social and Behavioral Sciences, 173, pp. 337-342.

Ranger, G. (2018). Indeed and in fact: The Role of Subjective Positioning. In: G. Ranger, Discourse Markers: An Enunciative Approach. Cham: Palgrave Macmillan, pp. 135-178.

Setton, R. & Dawrant, A. (2016a). Conference Interpreting - A Complete Course. Amsterdam: John Benjamins.

Setton, R. & Dawrant, A. (2016b). Conference Interpreting: A Trainer’s Guide. Amsterdam: John Benjamins.

Sousa, S., Carapinha, C. e Plag, C. (2019). From preference to correction - antes in Portuguese--English translations: a case study. In: C. Carapinha, C. Plag & A. P. Loureiro (Coords.), Marcadores discursivos e(m) Tradução 2. Coimbra: IUC, pp. 125-150.

Downloads

Publicado

01-12-2019

Como Citar

Carapinha, C., & Plag, C. E. (2019). Tradução de Marcadores Discursivos portugueses para alemão: ‘na verdade’, o que se ganha e o que se perde?. Redis: Revista De Estudos Do Discurso, (8), 12–41. https://doi.org/10.21747/21833958/red8a1

Artigos Similares

1 2 3 4 5 6 > >> 

Também poderá iniciar uma pesquisa avançada de similaridade para este artigo.