Análise de mecanismos de regulação da força ilocutória em textos de opinião produzidos por estudantes chineses de PLE de nível B1

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21747/21833958/red9a4

Palavras-chave:

Atos Ilocutórios, Modalização, Atenuação, Reforço, Língua Estrangeira / Língua Segunda (LE/LS)

Resumo

Neste trabalho, efetuado sobre um corpus de textos de opinião produzidos por estudantes de Português Língua Estrangeira, de nível B1, cujo tema incidia sobre uma perspetiva comparativa entre duas culturas, a nativa e a de acolhimento, procedemos a uma análise descritivo-qualitativa dos mecanismos de regulação da força ilocutória, atenuação e reforço, a que os estudantes recorreram. Os resultados obtidos permitiram observar que os estudantes recorrem sobretudo a atos assertivos e expressivos nos textos de opinião produzidos, regulando a força ilocutória dos mesmos com recurso a mecanismos essencialmente lexicais, em detrimento de mecanismos semânticos ou morfológicos. Além disso, a modalidade epistémica assume um predomínio em relação a outros tipos, ainda que, na maioria das evidências, não haja uma validação da relação predicativa. Para suportar esta análise, recorremos a leituras orientadoras sobre os atos ilocutórios (Searle, 1969), sobre a sua modalização (Corbari, 2013; Soares, 1998) e, especificamente, sobre fenómenos de atenuação e reforço (Briz & Albelda, 2013; Albelda, 2005) e sobre como estes se relacionam com a questão da modalidade (Campos & Xavier, 1991; Oliveira & Mendes, 2013) e como todas estas questões estão referenciadas, em termos de abordagem pedagógico-didática, no Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas (2001).

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Biografia Autor

Alexandra Ferreira, Universidade do Porto

Doutoranda em de Ciências da Linguagem pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto (Portugal).

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Publicado

01-12-2020

Como Citar

Ferreira, A. (2020). Análise de mecanismos de regulação da força ilocutória em textos de opinião produzidos por estudantes chineses de PLE de nível B1. Redis: Revista De Estudos Do Discurso, (9), 106–132. https://doi.org/10.21747/21833958/red9a4

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