Estratégias discursivas na construção do espírito nacionalista: a Hungria ‘de’ Viktor Orbán
DOI:
https://doi.org/10.21747/21833958/red9a1Palavras-chave:
Análise do Discurso, Nacionalismo, Populismo, Estratégias discursivas, Viktor OrbánResumo
O populismo, não só enquanto ideologia, mas também enquanto movimento político tem vindo a ganhar apoiantes e a ocupar uma posição de destaque na Europa e no mundo. Explorando “situações de crise (económica, social, política, religiosa, etc.)” (Galito, 2017: 13), o movimento populista ocupa já as principais posições políticas em muitos países, onde vemos surgir líderes como Donald Trump, Jair Bolsonaro, Boris Johnson e Viktor Orbán, para nomear apenas alguns. A sua retórica caracteriza-se pela exploração da dicotomia Bem-Mal, à qual se associa a oposição Eu/Nós-Outro e pelo recurso ao pathos aristotélico, onde os discursos argumentativos são pautados por argumentos apoiados na emoção que geram no Tu. Tendo em vista a persuasão do(s) interlocutor(es), os oradores socorrem-se de certas estratégias linguísticas que amplificam a força dos seus discursos. Essas estratégias deixam marcas bastante claras no material linguístico, e delas pretendemos ocupar-nos ao longo deste artigo, através da análise de um discurso anti-imigração proferido em 2016 pelo primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán. Dessa forma, analisaremos as marcas linguísticas características do discurso populista presentes no discurso supracitado, elucidando, pelo menos em parte, a construção da retórica de Viktor Orbán.
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