Almorode: o rio que corre entre as árvores cortadas. Notas sobre um hidrónimo da bacia do Leça

Autores

  • João Veloso Faculdade de Letras da Universidade do Porto; Centro de Linguística da Universidade do Porto

Resumo

Assumindo a hidronímia como um reservatório linguístico muito particular onde se conservam algumas das mais antigas raízes ainda hoje correntes nas línguas modernas, proporemos que Almorode, o hidrónimo que designa um pequeno curso fluvial no Norte de Portugal, combina duas raízes indo-europeias frequentes em nomes de rios europeus (*alm ‘fluir’ + *wer ‘água’) com o sufixo locativo germânico *reuth ‘terra desbastada’. Esta proposta afasta-se de outras hipóteses correntes que propõem explicações históricas diferentes para o hidrónimo aqui considerado (nomeadamente, dos que o relacionam com uma possível origem árabe).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Alarcão, J. (Ed.). 1990. Portugal. Das Origens à Romanização. Lisboa: Presença.

Ballester, X. 2007. Hidronimia Paleoeuropea: Una Aproximación Paleolítica. Quaderni di Semantica. XXVIII: 25-40.

Bascuas López, E. 2006. Hidronimia y léxico de origen paleoeuropeo en Galicia. A Coruña: Ediciós do Castro.

Bascuas, E. 2002. Estudios de hidronimia paleoeuropea gallega. Santiago de Compostela: Universidade de Santiago de Compostela.

Blažek, V. 2006. Lusitanian Language. Studia Minora Facultatis Philosophicae Universitatis Brunensis. 11: 5-18.

Blažek, V. et al. 2001. Paleolinguistics: The State of the Art and Science.MotherTongue. 6: 29-94.

Carvalhinhos, P. 2014. Variaciones lexicales en la hidrotoponimia portuguesa: el genérico. Actes del XXIV Congrès Internacional D’ICOS sobre Ciènces Onomàstiques, 1047- 1064.

Drarn. 1994. A Bacia Hidrográfica do Leça. Porto: Direcção Regional do Ambiente e Recursos Naturais do Norte.

Garvens, F. 2017. La toponímia prerromana del norte de España. Lérida: Milenio. Gordón Peral, M. D. (Coord.). 2010. Toponimia de España. Berlin: De Gruyter.

Kitson, P. R. 1996. British and European River Names. Transactions of the Philological Society. 94(2): 73-118.

Krahe, H. 1964. Unsere ältesten Flussnamen. Wiesbaden: Otto Harrassowitz.

Marques, G. M. 2016. Memória da Maia: a Linhagem e a Terra. Revista da Maia. 1: 23- 36.

Marques, J. A. M. 2015. Maia: Cidade, Tempo e História. Maia, Idenficação de uma cidade. Maia: Câmara Municipal da Maia, 43-52.

Piel, J. 1930. Contribuições para o léxico etimológico português. Coimbra: Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

Piel, J. 1936. Os nomes germânicos na toponímia portuguesa. Lisboa: Imprensa Nacional. Tovar, A. 1946. Las inscripciones ibéricas y la lengua de los celtíberos. BRAE. XXV:7-42.

Tovar, A. 1951. Léxico de las inscripciones ibéricas (Celtibérico e Ibérico). Estudios dedicados a Menéndez Pidal. Madrid: CSIC, II, 273-323.

Udolph, J. 2002. Nordic, Germanic, Indo-European and the structure of the Germanic language family. In: O. Bandle et al. (Eds.). The Nordic Languages. Berlin: Walter de Gruyter, 544-553.

Velhas, E. 1991. A Bacia Hidrográfica do Rio Leça. Estudo Hidroclimatológico. Revista da Faculdade de Letras do Porto. Geografia. VH: 139-251.

Veloso, J. 2020. Old hydronymy in Northern Portugal: Digging for the roots of ‘Almorode’. In: O. Šefčík et al. (Eds). Etymologus: Festschrift for Václav Blažek. Hamburg: Baar-Verlag, 397-401.

Venemann, T. 1994. Linguistic reconstruction in the context of European pre-history. Transactions of the Philological Society. 92: 215-284.

Vieira, J. A. 1886. O Minho Pitoresco. Lisboa: A. M. Pereira.

Villar, F. 2000. Indoeuropeos y no indoeuropeosen la Hispania prerromana. Salamanca: Universidad de Salamanca.

Villar, F.; Prosper, B. M. 2005. Vascos, celtas e indoeuropeos. Genes y lenguas. Salamanca: Universidad de Salamanca.

Downloads

Publicado

2020-10-21