O eterno caso dos adjetivos temporais e aspetuais um contributo para a sua caracterização semântica

Autores

  • Idalina Ferreira Centro de Linguística da Universidade do Porto
  • Luís Filipe Cunha Faculdade de Letras da Universidade do Porto; Centro de Linguística da Universidade do Porto
  • António Leal Faculdade de Letras da Universidade do Porto; Centro de Linguística da Universidade do Porto
  • Purificação Silvano Faculdade de Letras da Universidade do Porto; Centro de Linguística da Universidade do Porto
  • Fátima Silva Faculdade de Letras da Universidade do Porto; Centro de Linguística da Universidade do Porto

Resumo

O objetivo deste artigo é a análise do comportamento semântico de adjetivos que, na literatura, têm sido designados de temporais e aspetuais, no que diz respeito às leituras que podem ter. Para este efeito, foram selecionados dezasseis destes adjetivos e analisadas cinquenta ocorrências de cada um deles, escolhidas de forma aleatória, no corpusCETEMPúblico. Em termos gerais, verificou-se uma significativa diversidade de leituras em todos os adjetivos considerados, os quais, em maior ou menor grau, são capazes de expressar valores temporais, aspetuais, temporoaspetuais, evidenciando ainda leituras próprias de adjetivos qualificativos e relacionais. Esta diversidade de leituras possíveis levanta problemas a propostas que pretendam catalogar de forma estática (i.e., sem considerar o contexto) este grupo de adjetivos.

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Publicado

2022-11-23