Velhas e novas classes de formativos e de processos de construção de palavras o caso particular de splintering e de fractocomposição

Autores

  • Graça Rio-Torto Centro de Estudos de Linguística Geral e Aplicada da Universidade de Coimbra (CELGA-ILTEC)

Resumo

O presente estudo descreve as classes de formativos e de processos de construção de palavras, como (i) a afixação e a composição, as mais consagradas e estabilizadas, (ii) o blending ou fusão lexical e o clipping, ou encurtamento, menos representadas que as anteriores, e (iii) algumas das mais inovadoras, como as que envolvem splinters. A legitimação destes formativos, com origem em segmentos não-morfémicos que adquirem, fruto de reanálise, estatuto morfolexical, coloca o problema da natureza da(s) classe(s) em que estes operam. Uma vez estabelecida a autonomia do splintering face ao blending, discute-se a sua proximidade com a afixação e com a composição, e propõe-se a fractocomposição como a subclasse em que eles se podem inscrever, conjuntamente com outros fractoconstituintes. Tendo em vista uma melhor caracterização destes fractoconstituintes, os processos são aqui categorizados com base no traço ±preso,±fragmentado e/ou ±truncado dos formativos. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Alves, R. S., Gonçalves, C. A. V. 2014. O processo de formação de palavras com os splinters -nese, -nejo e -tone. Entretextos (UEL) v. 14. 27-42.

Andrade, K.; Rondini, R. 2016. Cruzamento vocabular: um subtipo da composição?. D.E.L.T.A. Documentação de Estudos em Linguística Teórica e Aplicada (Online), v. 32. 861-887.

Barrena Jurado, A. 2019. A study on the ‘wordgasm’: the nature of blends’ splinters. Lexis v. 14. 1-49.

Basílio, M. 2013. Formação e classes de palavras no português do Brasil. São Paulo: Contexto.

Bauer, L. 2004. A Glossary of Morphology. Edinburgh: Edinburgh University Press.

Bauer, L. 2005. The Borderline Between Derivation and Compounding. In W. U. Dressler (ed.) Morphology and Its Demarcations. John Benjamins. 97-108.

Bauer, L.; Lieber, R.; Plag, I. 2013. The Oxford Reference Guide to English Morphology, Oxford: Oxford University Press.

Berman J. M., 1961. Contribution on Blending. In Zeitschrift für Anglistik und Amerikanistik 9, Walter De Gruyter. 278-281.

Booij, G., Lehmann, C. ; Mugdan, J. (eds.) 2000. Morphology: An International Handbook on Inflection and Word-Formation. Berlin/New York: Walter de Gruyter.

Cannon, G. 2000. Blending. In: G. Booij, C. Lehmann, J. Mugdan (Eds.), Morphology: An International Handbook on Inflection and Word-Formation. Berlin/New York: Walter de Gruyter. 952-956.

Carvalho, W. B., Gonçalves, C. A. V. . 2015. Sobre piris e guetes: análise morfológica das construções cunhadas a partir de ‘splinters’ de “PERIGUETE”. Fórum Linguístico (Florianópolis) v. 12 n. 4: 930-944.

Corbin, D. 2001. “Préfixes et suffixes : du sens aux catégories.” Journal of French Language Studies v. 11 n. 1: 41-69.

Corbin, D. 2004. French (Indo-european: Romance). In G. Booij et al. (eds), Morphologie/ Morphology. Ein internationales Handbuch zur Flexion und Wortbildung / An International Handbook on Inflection and Word-Formation. vol. 2, Berlin / New York: Walter de Gruyter, [Article 121], 1285-1299.

Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2020, https://dicionario.priberam.org/periguete [consultado em 01-02-2021].

Fandrych, I. 2008. Submorphemic elements in the formation of acronyms, blends and clippings. Lexis 2. 103-121.

Gonçalves, C. A. V. 2011. Composição e Derivação: Polos Prototípicos de um Continuum? Pequeno Estudo de Casos. Domínios de Lingu@gem. v. 5, n. 2: 62-89.

Gonçalves, C. A. V. 2013. Na sextaneja com a caipifruta da mãedrasta: o estatuto morfológico dos splinters no português brasileiro contemporâneo. Diadorim, Rio de Janeiro, v. esp., n. 13: 139-158.

Gonçalves, C. A. V. 2016a. Atuais tendências em formação de palavras. São Paulo: Contexto.

Gonçalves, C. A. V. 2016b. Processos ‘Marginais’ de formação de palavras. Campinas: Pontes.

Gonçalves, C. A. V., W. B. Carvalho, K. E. Andrade 2016. Splinters são cruzamentos de cruzamentos? Repensando o estatuto desse constituinte em português. Revista do GEL, v. 13, n. 1: 132-156.

Gonçalves, C. A. V., Andrade, K. E. 2016. A instabilidade categorial dos constituintes morfológicos: evidência a favor do continuum composição-derivação. D.E.L.T.A., v. 32, n 2: 261-294.

Haspelmath, M. 2002. Understanding Morphology. Oxford: Oxford University Press, Arnold Publications.

Heine, B, Claudi, U., Hünnemeyer, F. 1991. Grammaticalization. Chicago: Chicago University Press.

Herculano de Carvalho, J. G. 1974. Teoria da Linguagem. Natureza do fenómeno linguístico e análise das línguas.2 vols.. Coimbra: Coimbra Editora.

Hopper, P., Traugott, E. 1993. Grammaticalization. Cambridge: Cambridge University Press.

Iacobini, C. 2004. Composizione con elementi neoclassici. In M. Grossmann, F. Rainer (eds), La formazione delle parole in italiano. Tübingen: Max Niemeyer Verlag. 69-95.

Lehmann, C. 2015. Thoughts on grammaticalization. 3rd edition. Berlin: Language Science Press.

Lieber, R. 2016. Introducing Morphology, 2nd ed. Cambridge: Cambridge University Press.

Lieber, R., Štekauer, P. (eds.) 2011. The Oxford Handbook of Compounding. Oxford: Oxford University Press. Linguateca.pt https://www.linguateca.pt/CETEMPublico/

Mota, M. A. 2020. Processos de formação de palavras. In E. Paiva Raposo et al., Gramática do Português. Vol. III. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2820-2825.

Müller, Peter O. et al. (eds). 2015. Word-Formation: An International Handbook of the Languages of Europe, Berlin/New York: De Gruyter Mouton.

Rio-Torto, G. (coord) et al. 2016, Gramática derivacional do português. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra.

Rio-Torto, G.; Ribeiro, S. 2012. Portuguese Compounds. Probus 24: 119-145.

Rio-Torto, G.; Ribeiro, S. 2016. Composição. In G. Rio-Torto (ed.), Gramática derivacional do português. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 461-520.

Rodrigues, A. S. 2001. A construção de postverbais em português. Porto: Granito Editores.

Rodrigues, A. S. Processos de Formação. In G. Rio-Torto et al. 2016, Gramática derivacional do português. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 102-126.

Spencer, A., Zwicky, A. M. (eds.) 2017. The Handbook of Morphology. Oxford: Blackwell Publishers.

Štekauer, P. 2000. English Word-Formation: A History of Research, 1960-1995. Tubingen: Gunter Narr Verlag.

Downloads

Publicado

2021-12-14