Teologia Moral Fundamental

A questão da permanência, universalidade e aplicabilidade dos preceitos morais da Sagrada Escritura

Autores

  • Fr. Gonçalo Pereira Diniz

Resumo

No presente artigo debruçamo-nos sobre a delicada questão da interpretação e aplicação concreta das exortações e normativas morais presentes na Sagrada Escritura. A Bíblia, na sua dimensão moral, requer especiais cuidados exegéticos e hermenêuticos. Pela exegese bíblia, os textos são interpretados no contexto literário, cultural e religioso do tempo e do lugar em que foram escritos. Pela hermenêutica, por sua vez, procura-se descobrir e discernir o que o texto bíblico nos ensina hoje,
que luz e orientação traz aos leitores/crentes face às suas problemáticas actuais. Quando se pretenda fazer um “uso moral” da Bíblia há que ter cuidado e critério. Há uma evolução moral do Antigo Testamento para o Novo Testamento segundo uma pedagogia divina. O adultério, por exemplo, era condenado no Antigo Testamento com a pena da lapidação. Jesus continua a censurar o adultério dum ponto de vista moral, mas a cruel pena prevista na Torah (“Lei”) torna-se inadmissível à luz do espírito cristão. A misericórdia vence o juízo legal (Jo 8, 1-11).
Quanto mais concretas forem as normas morais bíblicas, tanto mais cuidadosamente deverão ser interpretadas e aplicadas. A este propósito, é de grande utilidade ter presente o documento da Pontifícia Comissão Bíblica, de 15 de Abril de 1993: “A interpretação da Bíblia na Igreja”. Neste documento apresentam-se dois critérios fundamentais de interpretação: o critério da actualização e o critério da inculturação. Assim se evitam fundamentalismos e se guarda o espírito evangélico. E aqui chegamos à mensagem nuclear: é fundamental ler e interpretar a Bíblia  com chave cristã. Jesus Cristo é a chave de leitura de toda a Sagrada Escritura.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Downloads

Publicado

2024-01-03