A CRÍTICA DE ROCK REPAGINADA E DESPAGINADA.
DA AUTORIDADE NO JORNALISMO CULTURAL À PLATAFORMIZAÇÃO E PERFORMANCE DE GOSTO
Resumo
Neste artigo, posicionamos as potencialidades para se pensar a crítica de rock na contemporaneidade, jogando luz aos contextos sociotécnicos de sua produção, recepção e circulação, acionando a noção de plataforma e entendendo suas novas dimensões como performances de gosto. Refutamos a perspectiva da irrelevância da crítica, conforme vem sendo ventilado em algumas esferas, e apontamos para o seu reposicionamento, situada em atores desvinculados institucionalmente dos grandes veículos de comunicação jornalística e não especializados por formação acadêmica. Apresentamos uma breve cronologia do jornalismo cultural e da crítica roqueira, de onde sublinhamos a sua adesivagem ao jornalismo opinativo, onde o crítico negociava com sua autoridade cultural, repertório e autenticidade. Nossa perspectiva é que estes pilares foram reconfigurados, de uma arbitragem do gosto para uma ambiência de mediação dada à horizontalidade e imediatismo, onde a crítica, mais do que uma sentença, tornou-se uma partilha.
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