ESTOU ALÉM DO HOMEM COM H. A SUBVERSÃO DO PATRIARCADO ATRAVÉS DA ARTE BRASILEIRA E PORTUGUESA NO FINAL DO SÉCULO XX
Abstract
No contexto desse trabalho, temos como propósito examinar e melhor compreender duas
emblemáticas figuras da música brasileira e portuguesa: Ney Matogrosso e António Variações. Ambos os
artistas desempenharam papéis significativos na contracultura e resistência durante as décadas 1970 e 1980.
As performances artísticas de ambos os artistas que, por vezes, foram consideradas exuberantes e até mesmo
"exageradas", representaram uma ruptura com a noção de masculinidade patriarcal predominante, tornandose uma fonte de inspiração e liberação para muitos outros artistas que os sucederam. O objetivo central deste
estudo é apresentar as trajetórias artísticas desses artistas e, por meio de uma análise de caráter qualitativo,
identificar as semelhanças e diferenças, destacando a relevância de Ney Matogrosso e António Variações como
representantes da contracultura, do artivismo e da desconstrução de estereótipos de género em países
marcados pelo conservadorismo e autoritarismo. No contexto brasileiro, Ney Matogrosso, com presença cênica
única, visual exuberante e performances provocativas desafiaram os padrões estabelecidos, desconstruindo
os estereótipos de masculinidade vigentes. António Variações, em Portugal, através de suas performances
únicas e inovadoras, desafiou os padrões convencionais de masculinidade e promoveu uma abordagem artística disruptiva. Sua música e suas performances eram uma expressão genuína e original de sua
interioridade, refletindo-se em seu modo de vestir, pintar e se apresentar no palco. Tanto Ney Matogrosso,
quanto António Variações enfrentaram contextos políticos e sociais marcados pelo conservadorismo e pela
repressão. Enquanto Ney viveu sob a ditadura empresarial-militar no Brasil, Variações testemunhou o fim do
Estado Novo em Portugal e a redemocratização, pós 25 de Abril de 1974.
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