Discurso, Texto e Género: abordagens díspares ou complementares?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21747/21833958/red13a9

Palavras-chave:

Estudos de Discurso, Discurso Académico, Género, Introdução

Resumo

O artigo discute a possibilidade de construir um modelo compósito para análise de géneros em Estudos do Discurso. Compara o conceito de género no Interacionismo Sociodiscursivo (ISD, Bronckart, 1997), na Linguística Sistémico-Funcional (Rose e Martin, 2012) e na Linguística Textual (Adam, 2008), sublinhando divergências e abordagens comuns. O modelo inclui contributos do Discurso Académico em Inglês, como os movimentos e passos da fórmula Create a Research Space (Swales, 1990, 2004), tal como adaptados por Bunton (2002) às introduções de teses de doutoramento; pacotes lexicais (Biber, 2005) e mecanismos de realização textual (Coutinho e Miranda, 2009). Este modelo é aplicado à análise de textos retirados do género incluído introdução em 60 artigos científicos publicados entre 2013 e 2022. Independentemente da área disciplinar, emergem padrões de pacotes lexicais no plano composicional do texto, uma preferência por ligações lógicas de oposição num esquema problema-solução e opções por adjetivos persuasivos para caracterizar a pesquisa. Estes resultados sugerem haver vantagens em combinar conceitos de enquadramentos distintos na análise dos géneros textuais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografias Autor

Joana Vieira Santos, Universidade de Coimbra

Doutora em Linguística pela Universidade de Coimbra (2000).
Professora Associada da Universidade de Coimbra (Portugal).
Membro do Centro de Estudos de Linguística Geral e Aplicada (CELGA-ILTEC).

Paulo Nunes da Silva, Universidade Aberta

Doutor em Linguística pela Universidade Aberta (2006).
Professor auxiliar da Universidade Aberta (Portugal).
Membro do Centro de Estudos de Linguística Geral e Aplicada (CELGA-ILTEC).

Referências

Adam, J.-M. (1992). Les textes. Types et prototypes. Nathan.

Adam, J.-M. (2001). En finir avec les types de textes. In M. Ballabriga (Org.), Analyse des discours. Types et genres: communication et interprétation (pp. 25-43). EUS.

Adam, J.-M. (2002a). Plan de texte. In P. Charaudeau, & D. Maingueneau (Orgs.), Dictionnaire d’Analyse du Discours (pp. 433-434). Éditions du Seuil.

Adam, J.-M. (2002b). Texte. In P. Charaudeau, & D. Maingueneau (Orgs.), Dictionnaire d’Analyse du Discours (pp. 570-572). Seuil.

Adam, J.-M. (2008). La linguistique textuelle. Introduction à l’analyse textuelle des discours. 2.e éd. Armand Colin.

Bazerman, Ch., Little, J., Bethel, L., Chavkin, T., Fouquette, D., & Garufis, J. (2005). Reference guide to Writing Across the Curriculum. Parlor Press.

Biber, D. (2005). Paquetes léxicos en textos de estudio universitario: Variación entre disciplinas académicas. Revista Signos, 38(57), 19-29. DOI: http://dx.doi.org/10.4067/S0718-09342005000100002

Bronckart, J.-P. (1997). Activité langagière, textes et discours. Delachaux et Niestlé.

Bunton, D. (2002). Generic moves in PhD Thesis Introductions. In J. Flowerdew (Ed.), Academic Discourse (pp. 57-75). Pearson Education.

Coutinho, A. (2023). Linguística do texto e do discurso. Húmus.

Coutinho, M. A., & Miranda, F. (2009). To Describe Genres: Problems and Perspectives. In Ch. Bazerman, A. Bonino, & D. Figueiredo (Eds.), Genre in a Changing World, Perspectives on Writing (pp. 35-55). The WAC Clearinghouse and Parlor Press. http://wac.colostate.edu/books/genre/

Devitt, A. (2004). Writing genres. Southern Illinois University.

Gouveia, C., & Santos, J. V. (2022). Texto e Contexto: Que Relações? In P. Silva, L. F. Barbeiro, F. Caels, C. Gouveia, J. V. Santos, C. Marques, & C. Barbeiro, Teorias discursivas em diálogo: Perspetivas e análises (pp. 13-50). Grácio Editor.

Halliday, M. A. K. (2014). Halliday’s Introduction to Functional Grammar (4th ed., rev. Ch. Matthiessen). Routledge.

Maingueneau, D. (2014). Discours et analyse du discours. Armand Colin.

Miranda, F. (2010). Textos e géneros em diálogo. Uma abordagem linguística da intertextualização. Fundação para a Ciência e a Tecnologia/Fundação Calouste Gulbenkian.

Nascimento, M. F. B. (2013). Processos de lexicalização. In E. B. P. Raposo, M. F. B. do Nascimento, M. A. C. da Mota, L. Segura, & A. Mendes (Orgs.), Gramática do Português (pp. 215-246). Fundação Calouste Gulbenkian.

Rose, D., & Martin, J. (2012). Learning to write, reading to learn: Genre, knowledge and pedagogy in the Sydney School. Equinox.

Santos, J. V., & Silva, P. N. (2023). Encruzilhadas do Artigo Científico: Língua, plano de texto, tempos verbais e voz autoral. Linha D’Água, 36(2), 26-43. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2236-4242.v36i2p26-43.

Schneuwly, B., & Dolz, J. (1999). Os gêneros escolares. Das práticas de linguagem aos objetos de ensino. Revista Brasileira de Educação, 11, 5-16. http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-24781999000200002.

Schneuwly, B., & Dolz, J. (2004). Gêneros orais e escritos na escola. Mercado de Letras.

Silva, P. N. (2021). O conceito de género em diversos enquadramentos teóricos. In M. C. Caetano (Org.), Cadernos WGT: Voltar a falar em Gramática & Texto (pp. 7-24). CLUNL.

Swales, J. (1990). Genre analysis. English in academic and research settings. Cambridge University Press.

Swales, J. (2004). Research genres. Explorations and applications. Cambridge University Press.

Werlich, E. (1983). A text grammar of English. 2nd ed. Quelle & Meyer.

Downloads

Publicado

19-12-2023

Como Citar

Santos, J. V., & Silva, P. N. da. (2023). Discurso, Texto e Género: abordagens díspares ou complementares?. Redis: Revista De Estudos Do Discurso, (13), 261–294. https://doi.org/10.21747/21833958/red13a9

Artigos Similares

<< < 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >> 

Também poderá iniciar uma pesquisa avançada de similaridade para este artigo.