A mulher por ela mesma em três clipes brasileiros: uma análise semiodiscursiva
DOI:
https://doi.org/10.21747/21833958/red10a5Palavras-chave:
Representação, Mulher, Imaginários, Ethos, PathosResumo
Este trabalho pretende problematizar a representação da mulher em três clipes relacionados com as canções Mulher do fim do mundo (2015); Triste, louca ou má (2016) e Dona de mim (2018), nas vozes de Elza Soares, Juliana Strassacapa e Iza, respectivamente. Pretende-se demonstrar como o processo enunciativo, em si, contribui para a implicitação de sentidos e para a promoção de efeitos com ecos na (re)construção social da identidade feminina. Para isso, com a sustentação principal da Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, será investigada a atuação dos imaginários sociodiscursivos, assim como da representação do ethos da mulher (imagem que, no caso, a locuto- ra faz de si própria) e da manifestação do pathos (como efeito visado, orientado para a mobilização do outro pela emoção) nos contratos de comunicação firmados pelos clipes. Atesta-se, nas análises, a elocução de enunciadoras que resistem à identidade hegemônica de mulher, aliada a imagens nar- rativas que materializam sua reação à posição subalterna que o gênero feminino costuma ocupar na sociedade e, com isso, corporificam a ressignificação da condição da mulher.
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