Análise da textualização publicitária turístico-hoteleira em Moçambique: descrevendo os mecanismos de construção argumentativa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21747/21833958/red9a3

Palavras-chave:

Análise do Discurso, Textualização, Argumentação, Publicidade, Turismo

Resumo

Este artigo tem por objetivo descrever e analisar os mecanismos de textualização publicitária turístico-hoteleira em Moçambique. Trata-se de abordagem qualitativa aliada aos métodos de Pragmática e Análise do Discurso. O corpus foi selecionado do Facebook de estâncias turístico-hoteleiras, tendo como critério, as categorias: dialogismo; polifonia; intertextualidade; modalização autonímica; e mecanismos de reforço da força ilocutória. O dialogismo está no topo das relações textuais, recobre as noções de polifonia e intertextualidade. A polifonia recobre a intertextualidade, e esta última manifesta-se nas variadas formas, ora explícita, ora implícita, mantendo uma relação com outros géneros discursivos. A modalização autonímica é pouco frequente no discurso pub-licitário, mas certas variações tipográficas nesse discurso podem ser manifestações de modalização autonímica. Essas variações ocorrem dentro do discurso e caracterizam-se pelas diferenças de cor e tamanho de carateres entre palavras ou mudança de maiúsculas para minúsculas dentro do mesmo discurso. O discurso publicitário é marcado por mecanismos de reforço da força ilocutória, que ocorre com recurso ao advérbio de intensidade “mais” seguido de outros elementos lexicais: advérbios, adjetivos e verbos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia Autor

Nildo Diogo, Universidade Lúrio. Universidade do Porto

Doutorando em Ciências da Linguagem pela Universidade do Porto (Portugal).
Professor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas na Universidade Lúrio (Moçambique).

Referências

Allen, G. (2000). Intertextuality. London and New York: Routledge.

Authier-Revuz, J. (1999). Algumas considerações sobre modalização autonímica e discurso outro. Letras de Hoje, 34(2), 7-30.

Brito, B. P. (2001). Intertextualidade Na Publicidade: O Já Dito, Dito De Uma Maneira Criativa, 1-11. Assedido em maio 05, 2020 em http://brenobrito.com/files/ARTIGO_Intertextualidade_na_Publici-dade-Breno_Brito.pdf

Campos, A. M. J. de. (2014). A publicidade para o turismo interno: Portugal, que caminho? Lisboa: Escola Superior de Comunicação Social.

Charaudeau, P. & Maingueneau, D. (2004). Dicionário de Análise do Discurso. São Paulo: Contexto.

Cruz Charles, Adriano & Mendonça, S. (2011). A Materialização da Interdiscursividade no Texto Publicitário da Skol. Razón y Palabra, 16(77).

Fairclough, N. (1989). Language and Power. New York: Longman.

Fairclough, N. (1992). Discourse and Social Change. Cambbrige: Polity Press.

Holmes, J. (1984). Modifying Illocutionary Strategies for modifying illocutionary force. Journal of Pragmatics, 8, 345-365. Assedido em junho 01, 2020 em https://ac-els-cdn--com.ezproxyd.bham.ac.uk/0378216684900286/1-s2.0-0378216684900286-main.pdf?_tid=s-pdf-684f1b44-7315-4ea7-ab68-158354b96249&acdnat=1519919527_6dddbae4495123136ee-2743943876be7

Koch, I. G. V. (1991). Intertextualidade e polifonia um só fenômeno? Delta, 7(2), 529-541.

Lopes, A. C. (2018). Pragmática: uma introdução. Coimbra: Coimbra University Press.

Maciel, L. V. de C. (2017). A (in)distinção entre dialogismo e intertextualidade. Linguagem em (Dis)curso, 17(1), 137-151. https://doi.org/10.1590/1982-4017-170107-2616

Maingueneau, D. (1997). Novas Tendências em Análise de Discurso (3a Ed.). São Paulo: Pontes.

Maingueneau, D. (2002). Análise de Textos de Comunicação. Tradução de Cecília P. de Souza e Silva e Décio Rocha (2a Ed.). São Paulo: Cortez.

Marcuzzo, P. (2008). Os Conceitos de Dialogismo e Polifonia. Cadernos do II, 10.

Mozdzenski, L. (2018). Narrativas Publicitárias Intertextuais: Compreendendo o Dialogismo na Publicidade. In Comunicação e Educação: laces e desenlaces. Recife: Atena.

Nolke, H. (2017). Linguistic Polyphony The Scandinavian Approach: ScaPoLine. (M.-B. M. Hansen, K. Fischer, & A. Barron, Eds.). Leiden: Brill.

Pinto, A. G. (1997). Publicidade: um discurso de sedução. Colecção Linguística. Porto: Porto Editora.

Pinto, A. G. (2005). Gramática e texto publicitário. In Rio-Torto Graça et alii (org) Estudos em homenagem ao Professor Doutor Mário Vilela (pp. 39-50). Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

Pinto, M. A. G. (2008). Aspectos da textualização publicitária : contributo para uma delimitação ti-pológica. Universidade do Porto.

Ramalho, V. (2010). Uma leitura crítica da interdiscursividade: o caso da publicidade de medicamento. Caderno de Letras da UFF-Dossiê: Letras, linguística e suas interfaces, (40), 117-130. Acedido em junho 05, 20202 em http://www.cadernosdeletras.uff.br/joomla/images/stories/edicoes/40/arti-go5.pdf

Rechdan, M. L. de A. (2003). Dialogismo ou polifonia? Revista de Ciências Humanas, 9(1), 45-54.

Santos, V. L. dos. (2010). Intertextualidade e sentido em anúncios publicitários. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP.

Sbisà, M. (2001). Illocutionary force and degrees of strength in language use. Journal of Pragmatics, 33(12), 1791-1814. https://doi.org/10.1016/S0378-2166(00)00060-6

Soares, M. da C. P. (1996). Modificação de Actos Ilocutórios, em Português. Universidade do Porto. https://doi.org/10.1192/bjp.bp.110.090126

SOUSA, M. (2012). A intergenericidade e a construção de sentidos em anúncios publicitários. Revista de Letras, 49-57.

Downloads

Publicado

01-12-2020

Como Citar

Diogo, N. (2020). Análise da textualização publicitária turístico-hoteleira em Moçambique: descrevendo os mecanismos de construção argumentativa. Redis: Revista De Estudos Do Discurso, (9), 79–105. https://doi.org/10.21747/21833958/red9a3