A Propósito do Fundo
do uso coloquial à pedra angular da Arquivística custodial e patrimonialista
Mots-clés :
Arquivo - visão custodial; Arquivo - visão pós-custodial; Fundo - linguagem coloquial; Fundo - visão custodial; Fundo - visão pós-custodial; Fundo de Arquivo - visão custodial.Résumé
O artigo estabelece as coincidências existentes entre a narrativa do romance de José Saramago intitulado Todos os Nomes (1997) e as ações adotadas por Natalis de Wailly em 1841 a mando de Napoleão Bonaparte, então Imperador da França, no sentido de criar um arcabouço operativo para organizar o acervo dos Arquivos Nacionais desse país, o qual havia sido desmantelado para atender a governança de Bonaparte. O objetivo geral deste artigo consiste em analisar as peculiaridades do vocábulo ‘fundo’ usado nesse livro de Saramago e do termo técnico Fundo criado por Natalis de Wailly. Especificamente, pretende-se abordar o caráter multifuncional do vocábulo fundo coloquialmente usado em Todos os Nomes (1997) e a sua transformação em estratagema técnico e operativo por Natalis de Wailly em 1841; destacar as confusões conceituais entre Fundo, Fundo de Arquivo e Arquivo presentes na Arquivística custodial e mostrar as relações entre a postura do Senhor José (personagem fictício da trama de Saramago) e a postura de Natalis de Wailly (personagem real da França oitocentista) com relação à forma como ambos, cada um em seu contexto espacial/temporal, corporificam a máxima “Conheces o nome que te deram, não conheces o nome que tens”.
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