Resumo
O presente trabalho examina o conceito de “verso livre”, demonstrando que o termo designa não uma única forma, mas todo um continuum de práticas prosódicas, e apontando para a historicidade de cada uma de suas variantes. Em seguida, critica alguns pressupostos e posições comuns entre poetas e críticos contemporâneos, como a ideia de que, ao contrário das formas tradicionais, datadas e inutilizáveis no mundo atual, o verso livre seria descomprometido com qualquer temporalidade, imune a qualquer conceito de regra e, de algum modo, mais “natural” que as formas fixas.