Resumo
Parte considerável das músicas de Nick Drake parece usar a melodia como veículo de uma mensagem vocal que, quase sempre, acaba por assumir o papel principal da canção. O facto de não existirem registos visuais de performances fazem repensar o próprio conceito de performance poética, em que o corpo assume protagonismo enquanto veículo transmissor da palavra. Simultaneamente, a significação do mesmo texto parece ser alterada em função dos restantes signos melódicos que o acompanham. Nesse sentido, a obra de Nick Drake parece ser esclarecedora do conceito “grão da voz”, postulado por Roland Barthes.