
A partir de uma leitura diacrónica da recepção do Só, de António Nobre, tentaremos demonstrar como a crítica praticou um verdadeiro “closeting”, tanto da obra quanto do autor. Embora esse branqueamento se possa entender tendo em conta os tabus ligados à sexualidade durante o Estado Novo, o armário continuará muito tempo depois, inclusive por parte de um dos maiores críticos do poeta, o escritor Mário Cláudio, ele próprio homossexual no armário, como virá a admitir em Astronomia (2015).