
Partindo especificamente de uma leitura detalhada de dois textos de Novas Cartas Portuguesas (1972), a carta de Maria Ana sobre degradação ambiental, corporal, familiar e social, e a resposta do seu marido António, proponho uma interseção de Novas Cartas com o aparecimento do ecofeminismo, nomeadamente a cunhagem do conceito que surge em Le féminisme ou la mort (1974), de Françoise d’Eaubonne, para quem a degradação ambiental e a condição das mulheres estão conceptualmente associadas. Através da carta de Maria Ana, as Três Marias, Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, escrevem uma versão pioneira do ecofeminismo enquanto sintoma.