Nuno Júdice é um dos poetas contemporâneos portugueses que, ao longo da última década, mantiveram uma relação privilegiada com as outras artes. A sua poesia é uma espécie de jogo de referências onde se cruzam música, filosofia, cinema e mais particularmente a pintura e a fotografia. Os livros de Nuno Júdice, assim como
o seu blog, transformaram-se em museus imaginários onde se expõem pintores e fotógrafos quer reais quer imaginários. Mas de que forma é que os instrumentos
do fotógrafo se tornaram também os do poeta? Será que podemos ver o poema como uma experiência de tradução do olhar do fotógrafo? O poeta torna-se um outro enquanto cria? São estas algumas das questões que abordaremos neste artigo.