Este texto aborda a dimensão política singular do teatro contemporâneo, enfocando o caso brasileiro, especialmente espetáculos de duas companhias que trabalham na cidade de São Paulo: o Teatro da Vertigem e o Teatro Oficina. Os transbordamentos teatrais apresentados neste texto mostram fundamentalmente um movimento da criação teatral em direção à vida e ao real. O aspecto político enfocado não concerne exclusivamente aos temas e aos enunciados das peças, mas antes aos processos enunciativos, à experimentação de relações espaciais, à interação dos artistas com os espectadores, à dimensão micropolítica e aos modos de produção de subjetividade do teatro brasileiro no presente. Esses tópicos são analisados a partir de questões tanto dramatúrgicas, quanto cênicas.