Skip to main navigation menu Skip to main content Skip to site footer

Artigos

No. 31 (2014): A Arte nas Trincheiras - Nas Trincheiras da Arte

Amor em tempo de guerra: Escrita/ paisagem de trincheiras em Adeus às Armas, de Ernest Hemingway

  • Rosa Mesquita
Submitted
March 31, 2016
Published
2014-12-31

Abstract

Pretende-se uma abordagem da temática amorosa testemunhal vivida nas trincheiras, na obra de Hemingway, Adeus às Armas (1929) aliada a uma natureza que se metamorfoseia através do "sangue". A incondicionalidade de uma bela história de amor, enquadrada num cenário provável/ improvável, gera toda uma metaficcionalidade bélica que nos remete para a afirmação dos valores intemporais, poeticamente resistentes. Para Batista Bastos, " O Adeus às Armas é eleito como um intenso poema de amor e de resgate; é lido como a Bíblia de uma geração que perdeu todos os heróis, que deixou de acreditar em todos os mitos e que só aceita a esperança do imponderável". A questão da presença testemunhal do autor e do movimento de criação ficcional permite-nos conhecer um cenário de guerra em que se pressente a cada instante o aroma do sangue, enquanto essência umbilicalmente humana. Recorrendo a Primo Lévi, tratar-se-ia do “dever de memória”, numa cumplicidade entre aquele que narra o vivido e aquele que acolhe toda essa vida no seu olhar de leitor comprometido, num lance de visão co-testemunhal, num movimento contra o esquecimento daqueles cuja pele não se arrepiou nas trincheiras.