Morte e salvação da alma nos testamentos dos portugueses da vila de Cachoeira (Bahia, século XVIII): notas de investigação
Resumo
O objetivo deste artigo é analisar as disposições pias dos moradores
da Vila de Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira e dos seus termos.
As fontes sobre as quais nos debruçamos foram os seus testamentos, redigidos ao
longo do século XVIII. Busca-se, através desta análise, compreender as práticas de
bem morrer observadas nos testamentos – especificamente os legados pios (pedidos
de mortalhas, procissões, missas fúnebres, sepulturas e sufrágios). Investigamos o
registro das suas últimas vontades, relativas à salvação de suas almas e à abreviação
do tempo de purgação delas no Purgatório. Através da análise dos legados pios,
solicitados pelos moradores da vila e dos seus termos, também pretendemos
analisar o papel desempenhado pela comunidade paroquial no processo de
enquadramento religioso destas comunidades, destacando o papel ativo que os
leigos, especificamente os colonos reinóis, tiveram dentro delas