O tradutor num lugar plural em Vengeance du Traducteur de Brice Mathieussent: entre leitura e (re)escrita
Abstract
O lugar do tradutor em relação ao texto de partida tem sido, por vezes, percecionado como ambíguo e paradoxal, entre a fidelidade dependente e a ativa intervenção da reescrita. Mediante um exercício de close reading do romance de Brice Mathieussent, Vengeance du Traduteur (2009), no presente artigo discute-se o modo como as duas vertentes do trabalho do tradutor se podem aproximar e complementar, no sentido de uma atenuação de fronteiras entre leitura, reescrita e escrita. A nota do tradutor, elemento central do romance, espelha esta dupla dimensão, surgindo como mecanismo de afirmação do tradutor, por um lado, e veículo de distanciamento crítico, por outro. A partir da observação deste espaço (para)textual reflete-se acerca da tradução como concretização de uma leitura individual e da recriação como motor da própria escrita. Conclui-se que o olhar exterior de que parte a tradução pode consistir numa experiência sensível e criativa do leitor-tradutor, motora de um gesto autoral radicado na materialização das possibilidades hermenêuticas da obra literária.
Palavras-chave: Vengeance du Traducteur, leitura, reescrita, nota do tradutor
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