O ATIVISMO EM TRÊS POSTOPERAS DE PHILIP GLASS
EINSTEIN ON THE BEACH, WHITE RAVEN E SATYAGRAHA
Resumo
Uma faceta pouco discutida de Philip Glass (1937) seria uma vertente ativista, que constatamos especialmente em três postoperas. Em Einstein on the beach (1976) temos um libreto que aborda questões como armas nucleares e um possível julgamento de Einstein, escrito por três autores: Christopher Knowles, Lucinda Childs e Samuel M. Johnson. Porém, desde o início desta colaboração de Glass com o diretor teatral Robert Wilson, eles insistiram em retratar Einstein puramente como uma figura histórica, na ausência de um enredo vinculado à sua imagem. Os aspetos dramatúrgicos, como a reconfiguração da prerrogativa do herói, a representação biográfica que mescla ficção e realidade, bem como a criação musical minimalista, apresentam já desde esta primeira postopera de Glass um prisma diferenciado através do qual a prática e a teoria atuais da ópera são revisitadas. Outra obra feita em colaboração com Bob Wilson, e libreto de Luísa Costa Gomes, foi White Raven (1991), onde temos uma reflexão aberta sobre o processo e o sentido da descoberta, das expedições dos navegadores portugueses, em especial a chegada em terras brasileiras, até a era da exploração espacial e ainda mesmo à exploração futura do universo. Por fim, em Satyagraha (1980), com libreto de Glass e Constance de Jong, é apresentada a resistência à injustiça através do conceito de não-violência de Gandhi, sendo que no último ato temos a aparição de Martin Luther King. Pretendemos nesta comunicação apresentar o lado ativista de Glass através não só dos temas que são discutidos nestas, mas principalmente pela transgressão ao status quo operístico que ele promove ao usar a poética minimalista numa conceção inovadora de ópera calcada pelo teatro pós- dramático: a postopera.
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