“No Início Havia o Jaime”: A loucura em Portugal no tempo presente a partir de uma escrita compartilhada
Abstract
Partiremos da emergência de Jaime Fernandes, internado por cerca de 30 anos no Hospital Miguel Bombarda sob diagnóstico de esquizofrenia paranoide, para historicizar as nuanças do binômio arte-loucura em Portugal no tempo presente. Uma configuração perpassada por três movimentos imbricados, sendo o primeiro deles a repercussão das criações de internos do Hospital Miguel Bombarda, através do Museu Miguel Bombarda e da Associação Portuguesa de Arte Outsider (APAO) e da instituição de Jaime como artista bruto. O segundo, a configuração de uma coleção particular, atualmente depositada na Oliva Creative Factory, em São João da Madeira, que reúne nomes importantes da arte bruta. O terceiro consiste em um desejo de despertar uma sensibilidade pública a respeito da arte realizada por pessoas que tiveram experiências de internamento psiquiátrico, vinculado a projetos que partiram do Hospital Júlio de Matos. São estes três movimentos que conduzem o texto, não seguindo necessariamente uma linearidade, mas procurando mostrar quais as sensibilidades por eles equalizadas na tentativa de instituir valor as obras dos desviantes e possibilitando novos sentidos para os usos da loucura na invenção de novos artistas. Para além de enfrentar estas questões muito vivas, o texto foi tecido a partir de uma perspetiva de escrita compartilhada pensada a partir dos referenciais da história pública.
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