Gramática, lógica e cognição: Magnus Hundt (1419-1519) e a noção de suposição material
Abstract
Em numerosos tratados tardomedievais, levanta-se a questão de saber se a suposição material deveria ser tratada na lógica ou na gramática. Tradicionalmente, lidou-se com este tipo de suposição na lógica. Contudo, alguns autores tardomedievais argumentaram que devia ser antes tratada na gramática. À primeira vista, este debate pode parecer ser um exercício escolástico infrutífero. Através de uma inspeção mais próxima, porém, este problema constitui uma ajuda fundamental para o esclarecimento dos diferentes modos em que a escolástica medieval tardia compreendeu a relação entre pensamentos, termos e coisas.
No meu artigo, focar-me-ei principalmente na posição de Magnus Hundt, professor de artes na Universidade de Leipzig perto do final do século XV. Ele não é uma menção frequente na literatura contemporânea. Contudo, a sua posição é bastante notável. Como se tornará claro, a o facto de Hundt rejeitar que a suposição material pertence ao campo da lógica ilustra a sua estratégia de separar a lógica da gramática, de modo a aproximá-la da ciência da metafísica.
Palavras-chave: Gramática; lógica; metafísica; teoria da cognição; teoria da suposição; história do tomismo; Magnus Hundt.
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Copyright (c) 2023 Maarten J. F. M. Hoenen

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