Os Santos d’Afurada.

Arte, devoção e comunidade. Dimensão artística, devocional e antropológica

Autores

  • Cátia Oliveira
  • Ana Cristina Sousa
  • Maria Leonor Botelho

Resumo

O presente artigo constitui uma reflexão em torno de um conjunto de dez imagens e de uma Via-Sacra concebidas pelo escultor Altino Maia (1911-1988), entre 1955 e 1957, para a nova Igreja paroquial de São Pedro da Afurada (Vila Nova de Gaia). O estudo desenvolvido aborda as imagens em várias dimensões: artística e iconográfica, incluindo os processos de encomenda e criação; a antropológica, detalhando a receção e reação da comunidade a estas esculturas. Nove das imagens foram «escondidas» em armários durante longos anos. Arredadas dos olhares dos fiéis, receberam as populares e depreciativas designações de «Santos Pretos» ou «Santos das Rodilhas» e foram mesmo vítimas de tentativas de agressão. A escultura do Cristo Crucificado esteve exposta na parede fundeira da capela-mor até 2021 e a Via-Sacra continua a ser exibida na parede norte da Igreja paroquial de São Pedro da Afurada.
Partindo das fontes documentais e visuais da época e do testemunho de alguns habitantes da Afurada, pretende-se, com este artigo, analisar as circunstâncias da encomenda e da criação artística, proceder a um estudo iconográfico das imagens, contextualizando-as no seu tempo e entender estas imagens-objeto (na linha de Jérôme Baschet) numa perspetiva antropológica.

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Publicado

02-08-2022

Edição

Secção

Dossier Temático