Lirismo, aceleração e excesso: Haroldo de Campos canta “são paulo”
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Palavras-chave

Poesia brasileira contemporânea
Haroldo de Campos
”são paulo”
paisagem
aceleração

Como Citar

Martha, D. J. (2015). Lirismo, aceleração e excesso: Haroldo de Campos canta “são paulo”. ELyra: Development, (6). Obtido de https://ojstest.xyz/elyra33015/index.php/elyra/article/view/93

Resumo

Neste artigo, pretende-se discutir o poema “são paulo”, de Haroldo de Campos, publicado no livro póstumo Entremilênios, de 2009. Nele, por meio de um profundo lirismo que tenta cantar a cidade natal do próprio Campos, tematizada também em poemas mais antigos, notam-se a exacerbação das cenas citadinas e a aceleração violenta da vida contemporânea, que causam um transbordamento do próprio discurso, ao revelar a tentativa do sujeito lírico de elaborar a perda de uma cidade ideal, impossível de existir face à aceleração da vida cotidiana. No lugar da idealização, há, pela mobilização de recursos estéticos, típicos da poesia, e pela incursão de um posicionamento crítico do eu poético diante do que vê, ouve e percebe, a conversão de ”são paulo” em paisagem marcada pela fratura, pelo esfacelamento, pela adversidade. As contribuições de Michell Collot, Hartmut Rosa e Paul Virilio são aqui convocadas para a leitura do poema ora proposta.
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