Resumo
É dessa hipótese de futuro que este número de eLyra trata, ao invocar as relações entre poesia e fim do mundo, simultaneamente entendendo a poesia como testemunho e protesto, como força e vontade. Essas visões outras, não alinhadas ao boçal conformismo tão apregoado como panaceia em tempos de crise, informa os vários ensaios deste número, desde a conexão entre fim do mundo e re-início no ensaio de abertura assinado por Rosa Maria Martelo às “fotografias para o fim do mundo” de Susana Paiva que fecham, sem concluírem de modo algum, o volume. Entre a espectralidade e a ruína, mas também a denúncia e o desejo, a poesia observa o fim do mundo, anunciado mas infinitamente adiado.