eLyra: Revista da Rede Internacional Lyracompoetics

Entrevista a Regina Guimarães e Saguenail

Amândio Reis — 2022-07-28

sobre a antologia Embriagai-vos. Antologia de poemas em prosa de autores franceses.

O grito do 'griot' e o serviço da palavra: declamação e oratória na poesia de Abdias do Nascimento

Gustavo Scudeller — 2022-07-28

O propósito desse ensaio é discutir as relações entre poesia e prosa na poesia de Abdias Nascimento. O foco da análise são algumas gravações que o autor fez na época do preparo do seu livro Axés do Sangue e da Esperança. (Orikis). Suas leituras em voz alta dão aos seus poemas uma inflexão prosaica que torna difícil sua classificação. Elas acentuam alguns aspectos discursivos e coloquiais já muito presentes em seus poemas. Nem poema em prosa nem prosa poética, estas leituras deixam seus poemas a meio caminho, criando um tipo de poesia oratória que participa tanto de valores da poesia quanto da prosa, quando declamada.

Poesia: escavações do fantasma. A tensão entre poesia e prosa em 'Teoria do Fantasma', de Fernando Guerreiro

Mariana Nascimento — 2022-07-28

Fernando Guerreiro constrói uma teorização do espectral que pensa o resíduo como mote para a produção de uma narrativa analítica actuante. Em Teoria do Fantasma, deparamo-nos com uma escrita híbrida, em que prosa e poesia, original e citação, se confundem, criando uma nova possibilidade teórica, em que poema e ensaio partilham um mesmo espaço investigativo.

Prose poétique africaine et philosophie de la création verbale

Gounougo Aboubakar — 2022-07-28

La question du mélange des genres ou hybridation générique ne se pose pas forcément pour la littérature africaine dont la nature est d’être hybride à l’origine. Le créateur africain ne choisit pas de faire du mélange des genres, c’est le mélange des genres qui s’offre à lui à travers la parole totale qu’il utilise. Parler alors de prose poétique, c’est parler de la littérature écrite africaine dans son ensemble. Celle-ci est l’héritage des premiers artistes noirs des luttes émancipatrices, entre autres, les négritudiens, en tant qu’ils sont les lamantins qui ont bu à la source de Simal, c’est-à-dire ici l’oralité africaine. Cette culture africaine a pour “ dogme ” ce “ vieux principe ” de la philosophie classique africaine : “ tout est dans tout ; l’unité dans le multiple, le multiple dans l’unité… tout est interaction et s’influence mutuellement. C’est notre loi du mouvement universel unique ” (Zadi Zaourou 1978 : 216). C’est à cette philosophie moniste de l’esthétique de la création verbale que nous allons nous intéresser dans le cadre de cette contribution consacrée à la prose poétique africaine. À l’aide d’exemples de textes en prose poétique, nous verrons comment, à travers les analyses poétique et stylistique des genres que nous appliquerons à ces textes, la littérarité de ceux-ci découle du caractère holistique de la parole qui les fonde.

Ilhas da voz – paisagem e criação na prosa de Herberto Helder

Juliano Gouveia dos Santos — 2022-07-28

O artigo apresenta uma leitura “parcialíssima” da produção em prosa de Herberto Helder com o intuito de compreender os condicionamentos pelos quais se dá a emergência de uma voz propriamente literária e que parecem estar ligados a um elemento aí recorrente, qual seja, o da ilha (em sua forma literal, por assim dizer, ou em transfigurações). Trata-se de uma leitura parcial pois baseada em um estudo não circunscrito e sistemático dessa obra e de sua fortuna crítica, mas motivada em estabelecer relações com uma produção contemporânea em prosa que serve de referência, assim como a de Helder, à minha própria produção textual. O artigo se vale ainda, em muitos momentos, de figuras especulares e de duplos – que, assim como a ilha, remetem ao “voltar-se a si mesmo” – para entender a emergência da voz literária como “uma outra voz”.