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Artigos

N.º 34 (2016): Viagens e Outros Labirintos

Do lugar do(s) mapa(s) na viagem e seu relato ou muito para além de um atlas oficial

  • Maria de Fátima Outeirinho
Enviado
September 13, 2016
Publicado
2016-06-30

Resumo

Em estudo sobre textos de viagem, “Olhares suíços sobre Portugal: de Reynold a Loetscher”, Gonçalo Vilas-Boas observa que “Os afectos assumem também uma importância crucial na construção que os viajantes fazem daquilo que percepcionam, influenciando o modo e a atitude de observação” (2011:160); e em “Olhares sobre a Patagónia”, Vilas-Boas lembra que “Cada viajante estabelece a sua cartografia pessoal, dentro de uma cartografia mais abrangente, mais global.” (2014:46)Na verdade, desde sempre na relação com o espaço, com o outro, com o mundo, a representação gráfica e linguística, traduzida na conceção e desenho de um mapa, tornou-se instrumento cognitivo, ponto de partida ou de chegada, para todo aquele que pensa o seu estar no mundo, experimentando ou não, a deslocação física. Desde o mapa-múndi de Anaximandro à Carte de Tendre surgida com Clélie de Mademoiselle de Scudéry, ou mesmo aos mais contemporâneos mapas conceptuais, o processo e as dinâmicas de mapeamento dão a ver ou refiguram toda uma cartografia pessoal e/ou coletiva de rostos e desígnios muito diversos. Assim, nesta reflexão, proponho-me apontar para processos e dinâmicas de mapeamento presentes na literatura de viagens – ou por ela convocados – e que lançam luz sobre traços, até mesmo constantes da poética do género viático.