
A “Renascença Portuguesa”, movimento cultural e cívico das primeiras décadas do século XX, foi pioneira em Portugal na edição literária de obras respeitantes à Grande Guerra de 1914-1918. Se algumas delas são plenamente conhecidas pelos nomes categorizados dos seus autores, ligados aos principais círculos intelectuais portugueses, outras continuam algo marginalizadas num universo de dezoito títulos, entre 1916 e 1924, de um inédito valor histórico e literário para a compreensão da participação portuguesa no conflito bélico. Sob um prisma de análise deste programa editorial particular, através da breve caracterização destes géneros literários e a contextualização histórica da sua produção e dos seus autores, potencializa-se um exame crítico global destas representações culturais, que colmata uma lacuna na preservação do registo memorialístico das vivências e mentalidades da época.