
Este artigo faz referência a umconjunto de obras narrativas dos séculos XX e XXI, de várias literaturas, que constituem virtualmente um subgénero literário autónomo – articulável com o subgénero do romance policial mas, sob aspectos determinantes, o seu reverso – desenvolvendo-se sobre duas ideias fundamentais: são obras que apresentam o tema do assassínio num regime de narração autodiegética, no qual não importa descobrir quem é o assassino mas
reconhecer a (ir)racionalidade dos seus actos como que a partir de dentro; e figuram a estranha sedução do homicídio pela sua associação à experiência estética (o assassínio como forma de arte). Entre os autores relevantes encontram-se Cela, Camus, Nabokov, Burgess, Edna O’Brien, Bret Easton Ellis e José Prata.