Saltar para menu de navegação principal Saltar para conteúdo principal Saltar para rodapé do site

Artigos

N.º 21 (2009): Técnicas do Olhar

“Could You Belive Me – Without?”: Retratos, Auto-Retratos e Estratégias de Representação em Emily Dickinson e Mário de Sá-Carneiro

  • Ana Luísa Amaral
Enviado
March 1, 2016
Publicado
2009-12-01

Resumo

Quer na poesia, quer nas cartas, Emily Dickinson e Mário de Sá-Carneiro insistem em auto-representações que vacilam entre a menorização de uma identidade poética e um estatuto autoral de excepcionalidade. Estas auto-representações são coadjuvadas por uma linguagem simbólica (emergente, no caso de Dickinson) devedora da fotografia. O que aqui defenderei é que esses “mitos textuais”, oscilando entre o positivo e o negativo, são construídos sobre uma sobrecarga de sentidos autográficos, em Mário de Sá-Carneiro, e, em Emily Dickinson, sobre um excessivo vazio de informação biográfica. O que em Sá-Carneiro é “sobreimpressão”, em Dickinson é rarefacção, espécie de imagem desbotada. O resultado é sempre encenações de si, que investem o leitor com a dupla função de espectador e voyeur.