Le voyage à deux titres: L’Excisée et Voyages en cancer d’Évelyne Accad. Allers et retours culturels et introspectifs

Resumo

Tratar-se-á de estabelecer pontes semânticas e metafóricas no que respeita à “declinação” da “viagem” na obra ficcional da escritora libanesa francófona Évelyne Accad, que viveu e ensinou nos Estados-Unidos, quer essa viagem seja externa, intercultural e geográfica (L’Excisée, Paris, L’Harmattan: 1982), quer seja uma deslocação mais especificamente interna e introspetiva, à boleia do acompanhamento do seu cancro em Voyages en cancer (Paris, L’Harmattan: 2000). Numa obra em que o político ladeia o, ? ou inclusive se impõe ao ?, poético e em que a emancipação feminina se afigura uma preocupação permanente da escrita, Évelyne Accad serve-se da viagem, das idas e regressos e transferências entre culturas como prolongamentos metafóricos da sua realidade pessoal, feita de dicotomias e mestiçagens diversas: arabidade e cristianismo, francofonia e língua árabe, mundo ocidental e oriental, condição feminina e dominação masculina. Estas aporias afigurar-se-ão como os lugares e os pretextos de idas e regressos geográficos e íntimos.