
Neste ensaio, atenta-se no modo como, em La Glace à trois faces (1927), Jean Epstein se apropria da complexa estrutura do conto homónimo de Paul Morand para desenvolver uma investigação sobre algumas questões relacionadas com o cinema, em particular com a narrativa cinematográfica. Convocando dois ensaios da autoria do cineasta, cuja publicação acompanhou a estreia do filme, e analisando algumas das sequências cruciais deste, argumenta-se que Epstein trabalha o motivo do acidente (no caso, um acidente de automóvel) de forma a propor uma ideia de cinema enquanto “arte do evento”.