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Artigos

N.º 28 (2013): Modernismos Revisitados | 1912-2012

A Legitimação de (Ir)Reverência: Um Século de Desafio(s)

  • Maria de Fátima Marinho
Enviado
March 10, 2015
Publicado
2013-10-28

Resumo

A certeza de que o espaço temporal entre 1912 e 2012 corresponde a períodos difíceis de catalogar e/ou de explicar de modo simples e linear leva-nos a indagar da importância da rutura e, simultaneamente, da iniludível permanência de códigos, tácitos, apagados, esquecidos, mas manipuladores de opinião, de receção e de prática discursiva. A irreverência, demonstrada nos textos dos inícios de novecentos, não se esgota nem se aniquila como fim das chamadas vanguardas históricas mesmo se, aparentemente, assistimos a propósitos mais conservadores ou à insensível deslocação das preocupações para ideologias mais apostadas em privilegiar um empenhamento político demasiado óbvio. O aparecimento, nas últimas décadas, do chamado pós-modernismo, com a complexidade (e até ambiguidade) que lhe está associada, implica a redefinição dos conceitos de rutura, representação e reescrita de discursos, até então, considerados estáveis. Será esta a linha de reflexão que levarei a cabo, partindo de exemplos concretos de um teórico corte explícito com poéticas anteriores e testando, em seguida, a sua validade (ou longevidade) na escrita dos inícios do século XXI. Os modos de pensar e atualizar o passado servirão de pretexto para equacionar a tensão existente entre a sedução que o desafio do novo inegavelmente oferece e o conforto que a ilusão de permanência incute no sujeito, ávido de estabilizar uma identidade que sente fugir-lhe.