A viagem torguiana assenta essencialmente num eterno ensaio de autognose, cujo processo dificilmente se afasta da consciência da alteridade. A romagem abarca a totalidade da descoberta aquando da chegada do peregrino, num ritual final de consubstanciação da ida, do caminho trilhado e do regresso, plasmados em letra redonda. A viagem assegura, ainda, um rito de reintegração num tempo e espaço sagrados, representados pelo topoi infantil de inocência genesíaca, revitalizada no eterno retorno do poeta à casa paterna, prefigurando o autêntico regresso do infante de terras de Vera Cruz. A disforia decorrente da perceção da celeridade do tempo é travada pela imersão no sagrado, dada a suspensão do instante diacrónico, profano, e a instauração da perenidade do tempo sacro, repetível através do retorno ritual ao universo de infância torguiano, reflexo do jardim edénico matricial.