Este ensaio, tendo como ponto de partida a reflexão filosófico-cultural que Paul Valéry elaborou em torno da crise da mentalidade da civilização ocidental (“The Crisis of the Mind” 1919), bem como a reflexão que Frank Kermode propôs sobre a natureza ambivalente do modernismo (“The Modern”, 1965-66), procura indagar alguns dos efeitos estético-literários modernistas em textos de Joyce, Zamiatin e Pessoa, determinados pela crise da representação da identidade subjetiva e coletiva e pela erosão das configurações culturais, políticas e ideológicas do pensamento clássico de matriz racionalista.